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domingo, 15 de julho de 2012
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Lidando com os sentimentos negativos
O amor é sempre belo no começo, pois você não deixa que as suas energias destrutivas o afetem. No início você investe as suas energias positivas no amor; o casal combina as suas energias de modo positivo e as coisas vão de vento em popa. Mas, depois, pouco a pouco, as energias negativas começam a transbordar; você não pode retê-las para sempre.
E depois que a sua energia positiva chegou ao fim, a lua de mel termina e começa a parte negativa. Então o inferno abre as suas portas e a pessoa não consegue entender o que está acontecendo. Uma relação tão bonita, por que está indo por água abaixo?
Se a pessoa está alerta desde o início, é possível salvar a relação. Derrame sobre ela as suas energias positivas, mas lembre-se de que cedo ou tarde o negativo começará a vir à tona. E quando o negativo começa a aparecer, você precisa liberar a energia negativa quando estiver sozinho.
Tranque-se num quarto e dê vazão a toda essa energia; não há necessidade de despejá-la sobre a outra pessoa. Se quiser gritar alto e ficar com raiva, entre num quarto e feche a porta — grite, fique furioso, bata num travesseiro. Pois ninguém deve ser tão violento a ponto de atirar coisas nas outras pessoas. Elas não fizeram nada contra você, então por que você deveria atirar coisas nelas?
É melhor atirar tudo o que é negativo numa lata de lixo. Se se mantiver alerta, você se surpreenderá ao ver o que pode ser feito; e depois que o negativo for liberado, o positivo voltará a transbordar. O negativo só pode ser liberado na companhia do parceiro numa etapa posterior do relacionamento, quando ele já estiver muito bem estabilizado.
E mesmo assim, isso só deve ser feito como medida terapêutica. Só depois que os parceiros de uma relação estiverem muito alertas, muito positivos, consolidados num único ser e capazes de tolerar — e não apenas tolerar mas usar a negatividade do outro —, eles podem concordar em que já está na hora de serem negativos juntos também, como medida terapêutica.
Nesse caso, também, a minha sugestão é que deixem que isso seja algo muito consciente, não inconsciente; deixem que seja muito deliberado. Façam um acordo de que, toda noite, durante uma hora, vocês serão negativos um com o outro — façam disso um jogo —, em vez de serem negativos em qualquer lugar, a qualquer hora.
Porque as pessoas não são muito alertas — durante 24 horas elas não são —, mas durante uma hora vocês podem se sentar juntos e serem negativos. Aí será um jogo, será como uma terapia em grupo! Depois de uma hora, vocês dão a coisa por encerrada e não levam mais nada adiante, não deixam que isso interfira no seu relacionamento.
O primeiro passo: o negativo deve ser extravasado quando você estiver sozinho. O segundo passo: o negativo deve ser extravasado num determinado horário, com o acordo de que ambos liberarão o negativo. Só no terceiro estágio vocês dois podem ser realmente naturais, pois não haverá receio de prejudicarem o relacionamento ou se magoarem. A essa altura, vocês poderão ser positivos e negativos, e ambos têm a sua beleza, mas só no terceiro estágio.
Num determinado ponto do primeiro estágio, você começará a sentir que agora a raiva não irrompe mais. Você se sentará diante do travesseiro e a raiva não tomará conta de você. Isso leva alguns meses, mas um dia você descobre que ela não está mais fluindo, passou a não ter mais sentido, você não consegue mais ficar com raiva sozinho. Nesse ponto termina o primeiro estágio.
Mas espere até que a outra pessoa também sinta se o primeiro estágio chegou ou não ao fim. Se o primeiro estágio do parceiro também estiver completo, então o segundo estágio começa. Então, por uma ou duas horas — seja de manhã ou à noite, você decide — você estabelece um horário para expressar os seus sentimentos negativos deliberadamente.
Faça isso como se fosse um psicodrama, de modo impessoal. Você não precisa ser agressivo — você descarrega o que sente, mas não sobre a pessoa. Na verdade, você está simplesmente extravasando a sua negatividade. Não está acusando o outro, não está dizendo, "Você é ruim!"; está simplesmente dizendo, "Eu estou achando você ruim!" Não está dizendo, "Você me ofendeu!"; está dizendo, "Eu me senti ofendido!"
Isso é totalmente diferente, é um jogo deliberado; "Eu estou me sentindo ofendido, por isso descarrego em você a minha raiva. Você é a pessoa mais próxima de mim, por isso me serve de desculpa". E o outro faz o mesmo.
Chegará um momento em que, mais uma vez, você descobrirá que essa negatividade deliberada não funciona mais. Vocês se sentam juntos durante uma hora e nada vem à tona em você, nem no seu parceiro. Então o segundo estágio está acabado.
Agora vem o terceiro estágio, e o terceiro estágio dura a vida toda. Agora vocês estão prontos para serem positivos ou negativos à medida que esses sentimentos aflorarem; vocês podem ser espontâneos.
É assim que o amor se torna um relacionar-se, torna-se uma qualidade do amar, torna-se o estado natural do seu ser.
Osho, em "A Essência do Amor: Como
Amar Com Consciência e Se Relacionar Sem Medo"
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